Nesta emocionante homenagem, Irapuá nos conduz por uma jornada de lembranças e gratidão ao seu amado pai, Élio Ferreira de Sousa, conhecido carinhosamente por diversos títulos: Professor Élio, Poeta Élio, ou simplesmente “Seu Élio” filho de Floriano que nos deixou no dia 10/04/2024.
Segue a emocionante homenagem escrita pelo seu filho Irapuá:
Élio Ferreira (in memória)
Por – Irapuá
Élio Ferreira de Sousa, Ou como preferir, Professor Élio, Poeta Élio, Élio, Ou simplesmente “Seu Élio” Filho mais novo de Aluísio e Inês Ferreira, Ferreiro, Capoeirista, Professor, Poeta, Pai, O pai do Irapuá, da Egbara, do Ricarte;
Mas também, o pai/figura paterna de muitos parentes, sobrinhos, alunos e amigos; Tantos papéis o senhor exerceu de forma ímpar.
O senhor sempre tinha a palavra certa e se despediu nos dando aula. Em mais de 4 anos de doença, nunca vi uma expressão de raiva. Sempre a mesma paz, calma e serenidade. Uma positividade, espiritualidade e fé inabaláveis. Algo sobrenatural, eu diria. Não à toa, vários amigos incrédulos vieram perguntar ontem: “O Élio estava doente?”
O senhor foi uma referência e inspiração a várias gerações. Um exemplo de ética e dono de uma dedicação inigualável, algo sobre-humano. O seu exemplo mudou a minha vida e de muitos.
Nada representa mais o senhor do que essa cena. Poucas horas antes de ir para UTI, com febre, disfunção renal e falta de ar, participou de uma banca de doutorado na Universidade de Coimbra. Ao final, deitou – se e riu como se tivesse cumprido mais uma missão. Um amigo que o ajudou, estupefato com tamanha resiliência, disse que não sabia de onde tirava tanta forças.
Tudo me faz lembrar o senhor, mas algumas nunca saem da minha mente: Por onde passou deixou amigos. Fazia amizade até durante um vôo de poucas horas. Andava sempre com um livro na mão. Tivesse que parar por alguns minutos, já poderia produzir, como dizia.
A sua empatia, generosidade e humanidade eram marcantes. A igualdade racial e social foram as lutas da sua vida. Lembro a primeira vez que fui aos EUA estudar e o senhor ao telefone me disse que deveria ajudar os mendigos perto da minha casa: “Meu filho, todo mendigo é universal. Você tem que ajudar.”
Meu coração está dilacerado de dor, pois perdi uma parte do meu ser. Ao mesmo tempo, uma PAZ e GRATIDÃO estão dentro de mim por Deus, pelo Universo e Olorum terem permitido vir a esse mundo como seu filho. O senhor cumpriu sua missão. A passagem foi breve mas o suficiente para deixar sua marca por onde passou. A sua obra e legado o eternizarão.
“Abracadaba.Abra.Abracadabra”