A Defesa Civil do Estado do Piauí, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), lançou o projeto “Defesa Civil na Escola”, com o objetivo de beneficiar alunos da rede pública estadual. O programa, que já era almejado há algum tempo para ser implementado em Floriano, foi tema de entrevista com Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação do Estado. Ele explicou que o projeto é inspirado em iniciativas bem-sucedidas ao redor do mundo, incluindo estados brasileiros como Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo.
O projeto Defesa Civil na Escola visa trabalhar conceitos de autoproteção e segurança comunitária, transformando o ambiente escolar em um espaço mais seguro e oferecendo aos alunos o conhecimento necessário para lidar com riscos como incêndios, enchentes, queimadas, alagamentos, secas severas, vendavais, entre outros. Ao promover uma educação integrada com as práticas de defesa civil, o programa também oferece maior tranquilidade às famílias, que podem contar com escolas preparadas para enfrentar situações de risco, além de fortalecer o comprometimento da comunidade escolar em atuar preventivamente.
Werton Costa destacou que o projeto chega inicialmente em fase de testes, mas a expectativa é expandi-lo para toda a rede municipal e estadual de Floriano. “Esse é o início de uma jornada que visa trazer um impacto positivo tanto no âmbito escolar quanto nas comunidades em que as escolas estão inseridas”, comentou.
O projeto é inspirado no Japão, um país com uma longa história de desastres naturais, como terremotos e tsunamis, que ao longo do tempo desenvolveu uma vasta experiência em lidar com esses tipos de eventos. A metodologia japonesa de redução de riscos tem mostrado resultados eficientes ao longo dos anos, resultando em menos tragédias em comparação com países menos preparados para lidar com esses cenários. A partir desse modelo, a ideia é preparar os alunos para detectar situações de perigo e agir de acordo com protocolos de segurança bem definidos, garantindo sua própria proteção e a de seus colegas.
A fase inicial do Defesa Civil na Escola será realizada em nove instituições de ensino, escolhidas com cuidado pela Seduc, de acordo com critérios como: escolas de tempo integral, com referência no uso de metodologias de projetos e com contribuição relevante para a comunidade. Werton Costa também explicou que o projeto trabalhará a percepção de risco de maneira interdisciplinar, integrando os conteúdos à grade educacional. Nas aulas de Biologia, por exemplo, os alunos aprenderão sobre doenças e agentes contaminantes que podem estar presentes em águas de enchente. Já nas aulas de Geografia, eles entenderão como o desmatamento de encostas pode resultar em deslizamentos de terra, além de identificarem os riscos de construções em áreas perigosas.
O projeto também conta com a forte parceria do Corpo de Bombeiros Militar, que será responsável por oferecer treinamentos específicos para as escolas. Os bombeiros trabalharão diretamente com as plantas baixas das instituições, ajudando os alunos a identificar os pontos mais seguros e orientando-os sobre como agir em situações de emergência. A ideia é que, a partir dessas atividades, seja criado o Núcleo Escolar de Proteção e Defesa Civil (NEPDEC), uma espécie de brigada jovem dentro das escolas.
Segundo Werton Costa, um dos maiores objetivos da Defesa Civil nos próximos anos é expandir o projeto para todas as gerências regionais do estado, com foco em escolas situadas em áreas de risco. Ele reafirmou que o programa, em conjunto com a Seduc e o Corpo de Bombeiros, não apenas educa os jovens sobre a importância da prevenção e mitigação de riscos, mas também contribui para o fortalecimento das comunidades, oferecendo uma sensação maior de segurança e bem-estar para todos os envolvidos.
Confira a entrevista gravada com Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação do Estado: https://www.facebook.com/share/v/HGygeAe9kCLMUkX3/