A coluna recebeu a informação de que no fim de semana, o vice-governador Themistocles Sampaio e o MDB acertaram uma compensação política após a perda da vice na chapa do Karnak. Ficou encaminhado que Themistocles deve disputar novamente uma vaga na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). O desenho político prevê que, caso eleito, Themistocles seja conduzido à presidência da Alepi nos dois últimos anos da legislatura 2027-2031, garantindo ao MDB espaço de destaque no Legislativo estadual. Já Felipe Sampaio ficaria à disposição para assumir uma pasta no governo Rafael Fonteles , com destaque para a Secretaria de Saúde, considerada estratégica tanto para o MDB quanto para o próprio governo. Esse movimento revela duas frentes: a tentativa do MDB de preservar poder institucional e a estratégia de Fonteles de acomodar aliados, mantendo equilíbrio entre governo e base parlamentar.
Comunicação mancada: secretário exagera em evento privado.
Ontem à tarde, nas redes sociais, um assunto tomou conta: o patrocínio master do Governo do Estado na tradicional feijoada do colunista social Péricles Mendel. A partir daí surgiram questionamentos inevitáveis: é papel do Estado financiar eventos privados? Qual o valor desse patrocínio? Houve licitação? E, mais ainda: o Governo também apoia feijoadas beneficentes ou apenas as sociais e seletivas? Para agravar, o próprio secretário responsável publicou uma foto ao lado da propaganda oficial do Governo no evento. A postagem foi apagada logo depois, mas já havia sido registrada por sites e perfis atentos. O que era apenas ruído transformou-se em constrangimento público. O episódio expõe um ponto sensível: a comunicação do Karnak na era Noleto tem colecionado tropeços e respostas tardias. O detalhe relevante é que Nolêto não é da área de comunicação e não possui experiência na função e isso fica evidente na condução política do setor. Em vez de pautar a narrativa, a gestão reage a crises já instaladas, muitas vezes alimentadas por erros de avaliação ou por excessos de exposição. O resultado é um Governo que, em vez de usar a comunicação como estratégia de fortalecimento institucional, termina gastando energia para corrigir desgastes criados pela própria equipe.
Enquanto o semiárido agoniza, governo escolhe a feijoada.
O Piauí sofre com a seca. Nos municípios do semiárido, a situação é dramática: Fartura e São Miguel do Fidalgo estão entre os mais atingidos, com famílias vendo seus animais morrerem de sede. Um carro-pipa com capacidade de 10 mil litros custa em média R$ 1.200 valor impossível para pequenos agricultores, que precisam percorrer mais de 200 km até Tamboril em busca de água. É um retrato de abandono e desespero. Enquanto isso, o Governo do Estado parece gastar mais energia e recursos em patrocínios a eventos sociais da elite, como a feijoada do colunista Péricles Mendel, do que em socorrer quem depende do básico para sobreviver. A comunicação oficial tenta dourar a imagem com logomarcas em festas privadas, mas ignora o drama humano no sertão. O contraste é cruel: no litoral, comemorações regadas a patrocínio oficial; no sertão, sede, fome e falta de perspectiva. Bem que a população de Fartura e São Miguel do Fidalgo merecia a mesma atenção dedicada às feijoadas do “potó socaite”.
Brau é pedra no caminho de Capote em Barras.
O prefeito de Barras, Edilson Capote, lançou nas ruas a candidatura do irmão, Edimilson “Bombado”, a deputado estadual. A movimentação já chamou a atenção do Ministério Público Estadual, que recebeu denúncias de possível uso da máquina administrativa da Prefeitura em favor da campanha. Mas o desafio dos Capote não vem apenas da fiscalização oficial. A candidatura de Bombado enfrenta resistência firme da oposição local, liderada por Brau Carcará, que tem feito um trabalho político permanente no município. O resultado é visível: o grupo de Brau tem conquistado apoios e retirado votos preciosos da base de Bombado. A disputa em Barras, portanto, tende a ser mais acirrada do que Capote imaginava. Além do cerco jurídico, a família terá de lidar com uma oposição organizada e cada vez mais competitiva.
Foi um sucesso o Festival da Maria Isabel.
A coluna critica quando precisa, mas também reconhece quando o Governo do Estado acerta. E neste fim de semana houve um acerto importante: a revitalização do Centro Artesanal de Teresina, que trouxe novo fôlego ao artesanato piauiense e deu outra vida à Praça Pedro II, agora mais colorida e integrada ao patrimônio cultural. O espaço foi palco do Festival da Maria Isabel, que celebrou o prato símbolo do Piauí em grande estilo. A festa uniu gastronomia, cultura popular e a memória do mestre Dezinho, transformando-se em um evento de forte identidade e, sobretudo, de interesse público. Resultado: a praça lotou, o artesanato ganhou visibilidade e a tradição foi valorizada. Um exemplo de política cultural que vai além da formalidade e consegue dialogar com o povo.
Fonte: Portal Encarando