Guadalupe, conhecida como a terra dos Limas, vive dias de angústia. Desde abril, os principais bairros do município que tem pouco mais de 10 mil habitantes sofrem com a falta de água. O drama já faz parte da rotina da população, que não sabe mais a quem recorrer. Enquanto isso, os “ilustres filhos da terra” o deputado federal Júlio César, o estadual Georgiano Neto e a senadora Jussara Lima seguem em silêncio, sem apresentar soluções concretas. A escassez de água escancara a distância entre a dura realidade dos moradores e a inércia de sua representação política.
Agespisa: O pedágio da privatização.
Entre a Águas de Teresina e a Águas do Piauí, a diferença, segundo fonte que acompanhou os bastidores da negociação, se resume a uma palavra: pedágio. Um ex-deputado federal contou à coluna que, nos corredores da nova concessionária, comenta-se que a aquisição do saneamento e do fornecimento de água do Estado teria custado bem mais do que o valor oficial do ativo. O peso extra, segundo essas conversas, estaria ligado a acertos feitos durante a privatização da Agespisa. A versão que circula é de que o negócio ficou tão caro que, agora, a empresa tenta se justificar para reduzir compromissos e limitar obrigações.
Micarina da Sede
Em Esperantina, a prefeita Ivanária Sampaio, esposa do vice-governador do Piauí , realizou a micareta da cidade com investimento de alguns milhões de reais. Enquanto o dinheiro público financiava shows e estrutura de grande porte, boa parte da população enfrentava a dura realidade da falta d’água. As maiores vítimas foram justamente as mulheres, que não tinham sequer água nas torneiras para se preparar e participar da festa. A ironia maior é que, segundo comentários nos bastidores, apenas o valor gasto na cobertura do evento já seria suficiente para amenizar significativamente o problema do abastecimento em vários bairros. O trio elétrico passou, mas o povo continuou na seca.
PT do Piauí já tem lista de favoritos para 2026.
Nos bastidores, o PT do Piauí já trabalha com uma lista de nomes considerados favoritos para disputar vagas na Assembleia Legislativa em 2026. Estão entre os cotados: Flávio Júnior, Janaína Marques , Lima, Dr. Vinícius, Gil Carlos, Nerinho e Fábio Xavier. Apesar disso, a sigla demonstra preocupação com a reeleição de três parlamentares de peso: Fábio Novo, Rubens Vieira e Hélio Isaías, que não têm cenário considerado confortável para retornar à Casa.
Tiro no pé.
O ex-deputado federal Fábio Abreu resolveu provocar a Justiça para rever a decisão que retirou duas vagas da bancada federal do Piauí. O problema é que, apesar do prejuízo político do Estado com a diminuição das cadeiras federais e estaduais, todas as pesquisas apontam que a população é favorável à redução. Abreu, que sempre teve alguns votos de opinião, pode acabar transformando essa bandeira numa contradição e dando um verdadeiro tiro no pé.
Primeira loteria municipal de São Raimundo Nonato gera polêmica.
A Câmara Municipal de São Raimundo Nonato aprovou, em meio à polêmica, a criação da primeira loteria municipal da cidade. O projeto do prefeito passou com seis votos favoráveis e quatro contrários, mas já nasce cercado de desconfiança. A proposta fala em gerar receita extra para financiar ações locais, mas não há clareza sobre a destinação dos recursos nem sobre quem vai fiscalizar a arrecadação. Críticos alertam para o risco social já que loterias costumam pesar mais no bolso da população mais pobre e para o risco jurídico, já que a legalidade de loterias municipais ainda é terreno nebuloso no país. Sem transparência e controle rigoroso, a iniciativa pode se transformar em mais um escândalo do que em fonte de desenvolvimento.
Selo do Mestre Dezinho tenta reerguer artesanato adormecido no Piauí.
O governo lançou o selo do Centro Artesanal Mestre Dezinho, em Teresina, com a promessa de incentivar e dar mais visibilidade ao artesanato do Piauí. A ideia é valorizar a produção local e garantir certificação de origem para peças que carregam a identidade cultural do estado. A iniciativa soa positiva, mas é impossível não lembrar que o setor permanece engavetado desde a primeira gestão do PT no Piauí, sem políticas efetivas de valorização dos artesãos. Apesar do potencial para gerar renda e atrair turistas, o artesanato piauiense ficou reduzido a ações pontuais, sem continuidade. O selo pode ser um passo importante, mas só terá relevância se for acompanhado de investimento real, capacitação e canais de comercialização para quem vive dessa arte.
Fonte: Portal Encarando